Poucas bandas na história da música pesada tiveram uma trajetória tão marcante, caótica e transformadora quanto o Black Sabbath. Surgida no final dos anos 1960, a banda britânica é considerada a criadora do heavy metal, estabelecendo riffs pesados, atmosferas sombrias e letras carregadas de misticismo e crítica social. Embora Tony Iommi tenha sido a força criativa constante na guitarra, a história do grupo é marcada por inúmeras mudanças de vocalistas, cada um deixando sua própria marca e contribuindo para diferentes fases sonoras e estéticas da banda.
Com uma carreira de mais de quatro décadas, o Sabbath passou por altos e baixos, explorou estilos distintos e conquistou diferentes gerações de fãs. Cada vocalista trouxe sua personalidade, seja pelo carisma no palco, pela potência vocal ou pela versatilidade em estúdio. Do icônico e inconfundível Ozzy Osbourne até nomes que surpreendem por sua passagem menos conhecida, conhecer todos os cantores que já deram voz ao Black Sabbath é também revisitar a própria evolução do metal.

Vertigo Records, Public domain, via Wikimedia Commons.
A Linha do Tempo dos Vocalistas do Black Sabbath
O primeiro e mais lembrado vocalista é, sem dúvida, Ozzy Osbourne, que esteve na formação original da banda entre 1969 e 1979. Com ele, o Sabbath lançou clássicos como Paranoid, Master of Reality e Sabbath Bloody Sabbath, definindo a sonoridade do gênero. Ozzy era mais do que apenas a voz: sua figura caótica e excêntrica ajudou a construir o mito da banda. Após conflitos internos e problemas pessoais, ele foi demitido, mas sua importância é tamanha que voltou ao grupo em reuniões pontuais e participou da fase final do Sabbath, encerrada em 2017.
Na década de 1980, o posto de frontman foi assumido por Ronnie James Dio, ex-Rainbow, que trouxe uma nova energia e habilidade vocal impressionante. Dio gravou álbuns icônicos como Heaven and Hell e Mob Rules, rejuvenescendo a banda e conquistando uma nova legião de fãs. Seu estilo mais técnico e poderoso contrastava com o de Ozzy, mostrando que o Black Sabbath podia se reinventar. Apesar de sua saída, Dio retornou em 1992 para o álbum Dehumanizer e, anos depois, formou o projeto Heaven & Hell com Iommi, Butler e Appice.
Além dos dois gigantes, outros vocalistas também passaram pelo microfone do Sabbath. Ian Gillan, do Deep Purple, integrou a banda em 1983, participando do controverso Born Again. Sua passagem foi breve, mas até hoje desperta debates entre fãs sobre a ousadia da mistura. Já Glenn Hughes, também ex-Deep Purple, assumiu os vocais em Seventh Star (1986), disco que inicialmente seria um trabalho solo de Iommi. Outro nome importante foi Tony Martin, que teve uma longa e prolífica carreira com a banda entre 1987 e 1991, retornando entre 1993 e 1997, gravando álbuns subestimados como Headless Cross e
Por fim, não se pode esquecer de Ray Gillen, que chegou a gravar demos com a banda em 1986, mas não lançou nenhum disco oficial. Embora sua contribuição seja menos conhecida, ela faz parte da complexa trajetória do Sabbath. Ao longo de sua existência, a banda sobreviveu a mudanças e crises, mantendo sempre uma relevância ímpar. A diversidade de vocalistas não apenas mostra a resiliência do grupo, mas também comprova sua capacidade de se adaptar e continuar inovando no metal. Conhecer todos os vocalistas do Black Sabbath é compreender como uma única banda conseguiu reunir tantas vozes e ainda a