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"Warning": O Solo de Tony Iommi que Mudou o Heavy Metal para Sempre

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Lançada no álbum de estreia do Black Sabbath, “Warning” trouxe um dos solos mais ousados e intensos da carreira de Tony Iommi. Muito mais do que uma demonstração de virtuosismo, a performance marcou um ponto de virada no rock pesado e abriu caminho para o que viria a ser o heavy metal. Nesta matéria, revisitamos a faixa e analisamos como esse momento redefiniu o gênero para sempre.

A música "Warning", uma releitura de um blues de Aynsley Dunbar Retaliation, se tornou um hino para os fãs de heavy metal graças a um elemento central: o solo de guitarra de Tony Iommi. No álbum de estreia do Black Sabbath, de 1970, Iommi não apenas tocou um solo; ele o transformou em uma jornada sonora épica de mais de 10 minutos. Longe de ser apenas uma sessão de improvisação, esse solo demonstra a visão de um guitarrista que estava, sozinho, criando o manual do heavy metal.

Naquela época, a maioria das bandas estava focada em solos de blues-rock mais curtos e diretos. Iommi, no entanto, tinha outras intenções. O solo colossal de "Warning" era uma oportunidade de mostrar sua técnica única e a capacidade de construir uma atmosfera. Ele queria ir além das convenções, usando a guitarra como uma ferramenta para expressar emoções profundas e sombrias, pavimentando o caminho para um novo gênero musical.

"Warning": O Solo de Tony Iommi que Mudou o Heavy Metal para Sempre

Carl Lender, CC BY 2.0, via Wikimedia Commons.

A Fúria e a Emoção por Trás de um Solo Lendário

O motivo por trás de um solo tão longo era a própria essência da banda: subverter as expectativas. O Black Sabbath queria quebrar as barreiras do blues-rock e criar algo mais pesado, mais dramático. O solo de "Warning" foi a plataforma perfeita para Iommi explorar seu estilo, que era uma fusão do blues com um tom sombrio e distorcido. Ele construiu o solo em várias seções, começando com frases melancólicas e cheias de sustain, que dão a impressão de uma guitarra "chorando". Aos poucos, a intensidade aumenta, com frases mais rápidas e agressivas que se tornaram a marca registrada do som do Blac

Quando o álbum foi lançado, o solo gerou uma resposta mista. Alguns críticos, acostumados com o som mais limpo e polido do rock da época, não entenderam a abordagem de Iommi. No entanto, os fãs da banda reagiram de forma completamente diferente. Eles viram no solo de "Warning" uma expressão pura de poder e emoção. Era um solo que convidava a uma imersão, que exigia atenção, e que soava como nada que eles já tinham ouvido antes. Para muitos, esse foi o momento em que a guitarra se tornou um instrumento de fúria e angústia, capaz de carregar o peso emocional de um gênero inteiro.

O solo de Iommi em "Warning" não era apenas uma exibição de virtuosismo; era uma declaração de intenções. Ele demonstrou que a guitarra poderia ser o centro de uma composição, capaz de guiar o ouvinte por uma montanha-russa de emoções. A forma como ele utilizou a distorção e as escalas pentatônicas com um peso e uma sujeira inéditos para a época, se tornou a base para incontáveis guitarristas que o seguiram.

Mais de 50 anos depois, o solo de "Warning" continua a ser um marco na história da música pesada. Ele é um lembrete do gênio de Tony Iommi e de sua visão de futuro. O solo não é apenas uma parte da música, mas a alma dela, e o principal motivo pelo qual "Warning" se mantém como uma das canções mais importantes e influentes da história do heavy metal.