A capa do álbum de estreia homônimo do Black Sabbath, lançado em 1970, é uma das mais icônicas e misteriosas da história do rock. Em meio a uma paisagem sombria e enevoada, uma figura feminina de aparência etérea e vestida de preto, com um olhar fixo e perturbador, se destaca. A imagem, capturada em um antigo moinho de água na Inglaterra, instantaneamente evoca um senso de misticismo e ocultismo, elementos que se tornaram a marca registrada da banda.
Por anos, fãs e críticos especularam sobre a identidade dessa mulher enigmática, alimentando diversas teorias. Muitos a viam como uma feiticeira, uma bruxa ou até mesmo uma representação do próprio mal, personificando a atmosfera pesada e sombria das músicas do Black Sabbath. A sua presença na capa contribuiu para a aura de mistério que cercava a banda, solidificando a sua imagem como pioneiros do heavy metal e mestres do terror sonoro.

capa do álbum Black Sabbath. / Louisa Livingstone.
Desvendando o Mistério
Apesar da figura feminina na capa ter se tornado um símbolo cultural, a verdade por trás da imagem é muito mais surpreendente e bem menos sobrenatural. Embora o fotógrafo Keith MacMillan tenha originalmente contratado a modelo Louisa Livingstone para a sessão de fotos, a figura que vemos na capa do álbum não é a dela. Em uma reviravolta que chocou muitos fãs, a banda revelou que a figura feminina na capa é, na verdade, o próprio vocalista Ozzy Osbourne.
O vocalista, com sua aparência andrógina e longos cabelos, foi submetido a uma sessão de maquiagem e figurino para se assemelhar a uma figura feminina. A ideia, segundo a banda, era criar uma imagem que evocasse uma sensação de ambiguidade e incerteza, refletindo o som inovador e perturbador do Black Sabbath. Essa revelação desvendou um dos maiores mistérios do rock, mas de forma alguma diminuiu o impacto da capa.
A capa do álbum, com sua estética sombria e enigmática, continua sendo uma obra de arte por si só. A história de como o Black Sabbath usou a ilusão e a subversão de expectativas para criar uma imagem tão poderosa demonstra a genialidade e a visão da banda. Eles não apenas criaram uma nova forma de música, mas também um universo visual que se tornou sinônimo do gênero.
Essa história serve como um lembrete fascinante de que, por trás de algumas das maiores lendas do rock, muitas vezes se escondem detalhes surpreendentes e inusitados. A figura na capa do primeiro álbum do Black Sabbath pode não ser uma bruxa ou uma feiticeira, mas a sua história é, sem dúvida, tão intrigante quanto a lenda que ela ajudou a criar.